quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

AGREMIAÇÃO UFUS FATURA MAIS UMA


UFUS CLASSIFICA-SE EM SEMIFINAL POLÊMICA E GARANTE TÍTULO CONTRA O SURPREENDENTE MAIS UM GOLE



Se esconda que a polícia chegou

Era uma vez uma jaca. Jaca japonesa. Sim, nesses contos esquisitos ela existe em qualquer país. A jaca ganhou pescoço, braços, pernas, um corpo normal, enfim. Ela cresceu, se tornou uma pessoa feia como qualquer outra. Até bate uma bolinha. Um dia ela começou a ficar velha e os seus joelhos começaram a doer. Bondosa, se propôs a apitar partidas de futebol numa dessas quadras da vida. 

''Nishimura... Nishimuuuura... você veio pra fuder... eu vou falar pra todo mundo, vou falar pra todo mundo, pros polícia te prender...''


Ivan Nishimura, primo do desastrado árbitro Yiuchi Nishimura, aquele mesmo que apitou o primeiro jogo da Copa de 2014 entre Brasil e Croácia, estava inspirado. Criou briga com os veteranos. Foi deslocado de quadra para evitar confusão. Era semifinal entre UFUS e Va Fanculo. E lá estava ele, numa posição de campo que não era normal. O filho da... boa mãe estava do lado do alambrado, onde poderia ver o seu outro time do coração, o Soberano, numa outra decisão. Conforme os tricolores cediam empate ali, o UFUS perdia debaixo do seu apito. 

Então o relógio do homem se tornou arma, sua espada de samurai, vá Jaca, vá para acabar com aquela palhaçada. Aliviado após o gol de empate do Rafael, deixou o tempo correr mais e mais. Vendo o cansaço do Va Fanculo, mandou o imaginário quarto árbitro, que deve ter uma jaca tão grande quanto, levantar a placa de acréscimo. "ATÉ O UFUS VIRAR", informava o objeto eletrônico. Pronto: era o jogo sem fim...


Não havia cera dos azuis, pois este time nem estava com a bola durante a maioria do tempo. Não houve jogo violento, discussões, nada que justificasse mais de três minutos de acréscimo. E o UFUS virou aos 11 minutos e 40 segundos. O senhor Nishimura das pernas curtas nos passou a perna. Dentro da nossa própria quadra, diante da torcida. Que Jaca ousada.

Lembremos de que nossas mães diziam: "nunca aceite doces de estranhos". Nishimura passava entre nós, entregando balas, chocolates, salgadinhos meses atrás. Nós, bobos, aceitávamos. E conselho de mãe... você sabe. Se não o segue, vira praga. E o Va Fanculo, único representante da péssima participação do Goela Seca, estava fora da grande final. 

Tudo virou história. Daqui a dois, três, quatro, cinco anos, daremos risadas dessa porra toda. Mas nessa semana, não.

Ó nossa grande Jaca do Inferno, Ivan Nishimura...


Alele...A.S. veio aqui para se fuder... eee...eee


A.S., que a partir do ano que vem se tornará Billy Joe, foi a campo para tentar a sua segunda vitória na história da Interquadras. Teoricamente, os pivetes estavam no grupo mais fácil, pois escaparam dos outros dois grandes do Goela Seca: Chover no Molhado e Va Fanculo. Bastava vencer os veteranos e endurecer o jogo contra o Terceiro Quadro. Só no desejo.

O time foi surpreendido com o comportamento do adversário. A equipe Mais Um Gole, com gols de Marcelo e Rivo, venceu a partida por 2 a 0. Já o Terceiro Quadro sofria na quadra debaixo. Mesmo com tanto otimismo de Leny, Cigano e Willians durante a semana, os vermelhos foram espancados pelo UFUS num categórico 5 a 1. Hiroshi foi o destaque ao marcar três gols na partida. 

Fala muito este tal de Cigano...

Os jogos mais esperados da primeira fase se encontravam no Grupo B. O atual campeão da Interquadras, Soberano, bateria de frente com o Chover no Molhado, campeão no segundo semestre do Clausura - torneio interno do Goela Seca. A partida foi muito equilibrada. Fabiano, goleiro dos tricolores, fez boas defesas. Mesmo assim, o placar foi de 3 a 0 para o Soberano, onde até o gordo e lento Alex fez gol. 

"Miga, saia desse chão e vamos dançar..."

Va Fanculo tentaria afastar o fantasma de Interquadras contra um adversário que só tinha costume de jogar com seis jogadores de linha. Um Gole a Mais tentaria a segunda vitória da história dos veteranos, já que os seus companheiros do Grupo A bateram o A.S.. Numa disciplina tática de causar inveja, o time foi mais eficiente nas jogadas ofensivas. O número de finalizações no primeiro tempo foi maior do que do Va Fanculo no jogo inteiro. Resultado disso foi 2 a 1 para os veteranos que colocariam mais fogo no grupo. "Chupa, Va Fanculo, sabia que seria a nossa primeira vitória", disse Moacir.

"Se a gente não ganha desses caras, como ganharemos as outras partidas", disse o ''craque'' Uly...


Terceiro Quadro e A.S. fariam o jogo da morte. Perdedores na primeira rodada, só restava a vitória para os dois. Vini e Gustavo não se acertavam. Dessa maneira, os vermelhos não perdoaram. Leny fez o necessário ao marcar três gols. O time jogaria tudo na última rodada em busca da classificação.

Como fácil bater em vocês, observa Leny

O favorito UFUS enfrentaria Mais Um Gole na disputa da liderança. Quem vencesse estaria praticamente classificado para a próxima fase. Mais uma vez os veteranos endureceram a partida. O time de colete azul conseguiu segurar bem as investidas de Hiroshi e Rafael. Mas não foi o suficiente. Perderam por 1 a 0 e iria decidir a classificação contra o Terceiro Quadro.

Como esperado, um UFUS na semifinal

Líderes do Grupo naquele momento, Um Gole a Mais e Soberano disputariam a ponta. A partida começou truncada e terminou sem gols no primeiro tempo. O outro período foi totalmente diferente. Numa pressão impressionante, Soberano aplicou uma goleada nos grenás e selou sua classificação para a próxima fase. 

Mais um UFUS na seminfinal...


Já na quadra de cima, o clássico pegava fogo na Arena Veteranos. Va Fanculo e Chover no Molhado lutavam pela vida em sua chave. Os azuis até começaram agredindo o adversário. Mas num lançamento da defesa dos pretos, Deh, de cabeça, fez o primeiro gol da partida. Os últimos 6 a 4 nas Interquadras, contra o próprio Chover no Molhado, trouxeram o fantasma de volta para os azuis. Mas esqueceram de avisar ao Uly e ao Danilo. Este jogou demais e fez dois gols ainda no primeiro tempo. O 3 a 1 persistiu até o final e o Chover no Molhado, cotado como o grande favorito ao título, estava praticamente eliminado com duas rodadas de antecedência. 


''Chupa, urubus''

Na Arena UFUS, o time da casa só tratou de cumprir tabela contra o arregaçado A.S. Sem dificuldades, o time aplicou 6 a 0 para cima das pivetadas. Estes, com a camisa do Fluminense, saíram do torneio sem marcar gol nenhum. Uma campanha para esquecer. "Cara, as jogadas rolavam com o Tocinho no torneio interno. Mas hoje... nada dava certo", disse Vini, do A.S.


Acaba logo que eu quero comer

A briga pela vaga estava entre Mais um Gole e Terceiro Quadro. O time de colete azul jogava pelo empate. Dessa maneira, o Terceiro Quadro se lançou todo para o ataque. Pena que um jogador estava infeliz no dia. "Nosso motorzinho não jogou nada", disse Abel nos bastidores. Aproveitando isso, Paulinho e Rivo anotaram para o Mais um Gole. Vendo a eliminação chegar, os vermelhos foram perdendo a calma e a cabeça. Willians se desentendeu com Paulinho e Brasa. Abel entrou na briga e Leny se segurava para não dar porrada. Resultado disso foi uma confusão generalizada que não permitiu que a partida acabasse (ela terminou faltando um minuto). Por pouco o torneio acaba por ali.

Mais um Gole era o segundo time classificado, fato inédito para os veteranos na Interquadras.

Tá todo mundo louco...

Mais um Gole fazendo história


Só faltavam os outros dois classificados do Grupo B para se juntarem ao Mais um Gole e UFUS. Chover no Molhado tentaria um milagre. Teria que, no mínimo, vencer Um Gole a Mais por goleada e torcer pela derrota do Va Fanculo. O time até que fez a sua parte. Sapecou três a zero para cima dos comandados do Moacir e enterrou o sonho dos veteranos de colocarem dois times na semifinal. 

Pela segunda vez seguida, Luciano foi o bundão do gol...

Va Fanculo entrou em campo cauteloso contra o Soberano. Um olho na bola e outro na quadra de cima, o time não se expôs tanto. Mesmo assim, jogou bem o primeiro tempo e abriu 1 a 0. Randi ampliou na segunda etapa e o time já estava classificado a partir daquele momento. Sabendo disso, Santiago saiu da quadra, com cãibras, para entrada do veterano Flávio. Soberano aplicou uma grande pressão e conseguiu empatar no final. Os dois estavam na próxima fase. 

Uly mais uma vez na semifinal. Nesse quesito, ele é beeeeeeem melhor do que o Deh!

Grupo da morte resolvido

Os cruzamentos colocaram Va Fanculo e UFUS numa perna e Soberano e Mais um Gole na outra. Na Arena Veteranos, com torcida a favor, os azuis tentariam colocar um Goela Seca na final. O jogo foi truncado no começo, com iniciativa maior do UFUS. Mas num descuido, todo o time do colete maça-veado foi para o ataque e deixou o Uly sozinho partir em frente ao gol, sozinho, e tocar no cantinho do Faro. 1 a 0 foi o placar do primeiro tempo. O segundo tempo não mudou. UFUS tinha a bola e o Va Fanculo só se defendia. Numa péssima saída da defesa do time de colete, os azuis ampliaram para 2 a 0. Parecia que tudo estava terminado. 

Do céu ao pesadelo

Logo em seguida, Doda diminuiu para colocar mais fogo na partida. O time azul procurava forças para defender mais ainda. Faltando dez segundos para acabar, Rafa empatou. Tudo levava para os pênaltis. O tempo passava e nada de o Ivan Nishimura terminar a partida. Faltando segundos para chegar em dois minutos de acréscimo (!), Ufus fez mais um, de cabeça. Foi a revolta de todo time do Va Fanculo e de toda a torcida, que ainda viram o time azul tomar o quarto. UFUS era o primeiro finalista. "Eu sempre dei dois de acréscimo no segundo tempo", disse o japonês Nishimura.

Torcida azul se revoltou da arquibancada


Logo após essa partida, todos os olhos estavam no final do confronto entre Mais um Gole e Soberano, nos pênaltis. Não dava para acreditar. Após a façanha de colocarem um time entre os quatro melhores até aquele momento, os veteranos dependiam das cobranças de seus jogadores e da defesa do moleque Leo para chegar a grande final.

Gaúcho teve chance de ouro

Os tricolores chegaram a abrir dois a zero no marcador. Só que o craque Rodrigo saiu machucado. Era o começo do fim. Brasa e Marcelo empataram a partida para o time do colete azul. Tudo ficaria mais fácil quando o Soberano ficou com um jogador a menos devido ao cartão azul. Mas foi Gaúcho que teve a bola do jogo. Praticamente sozinho, chutou a chance na trave. Penalidades. Leo, filho do Brasa, fez a defesa na sétima rodada de cobranças e selou a vaga do Mais um Gole na grande final.

Chupa essa bola chutada por uma canela velha

Adriano bebeu todas depois de perder pênalti decisivo

Surpresos com tudo aquilo, Mais Um Gole já estava no lucro. Ele e o UFUS fizeram uma partida dura na primeira fase, com vitória magra dos verde-veado do Alex. Com os dois times cansados, as chances de gols foram raras no primeiro tempo da grande final.


Numa delas, Marcelo abriu o marcador em bela jogada: 1 a 0 para Mais um Gole. Os azuis se fecharam. UFUS parecia que sentia o cansaço da partida desgastante contra o Va Fanculo. Por um momento, a cabra da peste Doda perdeu a cabeça, mas logo foi controlado. Faltando pouco para acabar o primeiro tempo, Rafael empatou. O segundo tempo continuou na mesma, com o UFUS buscando mais o jogo. O time foi recompensado. Rafael, o artilheiro do torneio, marcou mais um, o do título. 

UFUS, campeão da IV Copa Interquadras.

O jogo apertou e precisou do Hiroshi











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A Agremiação UFUS manteve a média de, no mínimo, dois times na semifinal. Por pouco não tem representante na grande decisão. O time do UFUS teve a melhor ataque, melhor defesa e os dois principais artilheiros do torneio. A parceira entre Rafael e Hiroshi rendeu frutos.

Já o Soberano deixou transparecer a Rodrigo-dependência. Só foi o cara sair para o time se afundar. Entrou para a história após perder para os veteranos. "Os gols que tomamos na semifinal foi tudo nas costas do Boy", disse o goleiro Fabiano. 

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Do lado dos veteranos era só alegria. Venceram três partidas das oito disputadas. Mais Um Gole trouxe a grande revelação do torneio. Leonardo, filho do Brasa, que fez a defesa decisiva na cobrança de pênaltis que levaram os engessados para a grande final.

A festa durou muito tempo após o término do torneio, com batucadas e gritos. Um Gole a Mais, que tinha missão difícil no grupo da morte, perdeu fôlego no final. Por pouco não se classificava. Muitos deles dizem que é só o começo e ano que vem só pensam no título.

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Goela Seca mais uma vez decepcionou. Depois de quatro meses de torneio interno, cada time foi caindo, caindo, até não sobrar nenhum. Foi o pior desempenho da história. Até esse domingo, a II Copa era o fracasso maior, com apenas um time na semifinal e quatro vitórias em 10 jogos. Na quarta edição, apenas um time na semifinal e três vitórias em 13 jogos. Terrível.

A.S. a gente ainda perdoa, pois são pivetes e sofreram ausências de alguns jogadores durante o Clausura. Terceiro Quadro foi medonho. Se fosse apenas por falta de bola, tudo bem. Mas o time ainda conseguiu provocar uma confusão contra os veteranos onde quase termina o campeonato naquele mesmo instante. Lamentável.

Chover no Molhado corria o risco de ser eliminado logo na primeira fase devido a tabela colocar dois jogos difíceis de início. E o pior aconteceu. Segundo Will, Robson e Fábio sumiram. Perderam para um Soberano que seria eliminado na semifinal. O Va Fanculo só fez questão de empurrar um pouco mais, com areia. Apenas Deh se salvou, pois os únicos quatro gols do time do torneio, acreditem, foram dele.

Va Fanculo foi a grata surpresa. Mas passou vergonha no início contra os veteranos. Numa reação impressionante, maltratou o Chover no Molhado e jogou muito contra o Soberano. Danilo foi o melhor do time no torneio inteiro. Por mais que a semifinal seja questionável, faltou algo a mais no final contra o UFUS. Um pouco de malícia, calma, experiência. São detalhes que precisam ser observados para que a agremiação volte a levantar a taça no ano que vem.

Colem na grade.